Opinião: Half Bad – Entre o Bem e o Mal de Sally Green




Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.

 
Na Inglaterra dos nossos dias, bruxos e humanos vivem aparentemente integrados. Na realidade, os bruxos têm a sua própria sociedade secreta, as suas regras e a sua guerra, que divide os Bruxos Brancos, considerados «bons», e os Bruxos Negros, odiados e perseguidos pelos Brancos. O herói, Nathan, é filho de uma Bruxa Branca e de um Bruxo Negro e, portanto, considerado perigoso. Nathan é constantemente vigiado pelo Conselho dos Bruxos Brancos desde que nasceu e aos 16 anos é encarcerado e treinado para matar. Mas Nathan sabe que tem de fugir antes de completar 17 anos e a sua determinação é inabalável. Este é o romance de estreia de Sally Green e o primeiro volume de uma nova trilogia do género fantástico.

 






A capa deste livro é excelente, a imagem invocativa e apelativa. Grafismo simples, “limpo”. Gostei muito.


O enredo tem como base o mundo mágico dos Bruxos. Existem Bruxos Brancos e Bruxos Negros. Segundo a lenda os dois têm a mesma remota origem, mas prosseguiram caminhos divergentes, o que os colocou em lados opostos. A ideia que associei desde logo foi a do famoso Mago Gandalf, do Senhor dos Aneis, mas ao contrário deste, o enredo desenvolve-se nos nossos dias.


É através de Nathan, filho de um bruxo Negro e uma Bruxa Branca, que o leitor vai contextualizando este mundo envolto em magia. O seu estatuto é apelidado de misto, e por essa razão é marginalizado por os ditos “puros” Bruxos Brancos.,

Todos os Bruxos têm um rito de passagem … aos 17 anos recebem os 3 dons, e bebem o sangue de um bruxo. E caso não o façam …


No nosso imaginário instintivamente conseguimos absorver e construir o mundo criado pela autora. A escrita é simples e fluida. É um bom livro do fantástico, com mensagens fortes, e uma personalidade peculiar que marca com nota muito positiva a estreia literária da autora.


Achei interessante a opção de Sally Green quanto ao início da trama. Nathan encontra-se em cativeiro, tentando encontrar forma de fugir, planeando-a pacientemente, com as poucas ferramentas que tem ao seu dispor. Mas a sua carcereira é uma Bruxa muito forte e difícil de enganar, que o mantém em forma e o obriga a determinadas tarefas quotidianas! …


Neste livro conhecemos Nathan, a sua história, a origem do seu mundo. Parece-me que há muito por descobrir, apenas conhecemos a versão dos Bruxos Brancos, onde a nossa personagem principal viveu. Mas numa história há sempre duas versões. Será Nathan o ponto de que marca a divisão dos dois lados ou marcará a sua união?


Quanto às personagens:


Nathan não conhece o pai, e dentro de si existe um claro vazio e uma necessidade de respostas. A necessidade de pertença e contextualização de Nathan é palpável, muito bem conseguida. Vítima de discriminação sente-se descontextualizado numa sociedade que o oprime a cada passo que dá. A sua luta interior para controlar uma raiva contida e o conflito interno que vive entre o que ouve falar do seu pai e a sua necessidade de entender e justificar os seus actos, trazem a esta personagem tridimensionalidade. 


O problema destas trilogias, é que nos deixamos envolver e ganhamos empatia pelas personagens e de um momento termina o primeiro livro e ficamos expectantes pelo próximo livro... Espero que esteja para breve o segundo livro. ;)

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