Opinião: O Silêncio do Mar de Yrsa Sigurdardóttir





 



Um iate de luxo chega à marina de Reiquiavique sem ninguém a bordo. O que aconteceu à tripulação e à família que seguia nele quando zarpou de Lisboa? Um iate abandonado e uma jovem família desaparecida - um romance policial arrepiante pela pena da rainha do noir nórdico.  

O melhor e mais assustador romance que Sigurdardóttir escreveu até hoje e um bestseller internacional.

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Um iate de luxo parte de Lisboa com 7 passageiros e chega à marina de Reiquiavique sem ninguém! O que terá acontecido? Thóra, a advogada contratada para accionar o seguro de vida de dois dos passageiros, AEgir e Lara, começa a investigar a verdadeira razão daquele evento misterioso. Mas como provar que alguém morreu se não há corpos?




Yrsa Sigurdardóttir, é para mim uma autora especial. Exímia na arte de surpreender e chocar o leitor desde a primeira à última página. Julgo que o seu poder está na camuflada intensidade das suas palavras. Na flexibilidade e facilidade que tem em recorrer a uma linguagem marcante e incisiva, de uma forma fluída, equilibrada e de astuciosa perícia.


Sempre que leio um livro de Yrsa, ofereço-lhe um olhar atento, atempado e cuidado, pois a sua escrita é das poucas que tem o condão de me conseguir afectar!


Considero a sua escrita profundamente emocional, uma vez que nos compele a abandonar a parte racional, invocando e despertando os nossos instintos naturais. É das únicas autoras que me consegue arrepiar, e isto de uma forma tão subtil que me leva a desarmar e entregar à sua história sem qualquer resistência.


Lembra-me o título de uma conhecida canção de Britney Spears: "Oops!...(She) Did It Again". :)


As 444 páginas, mantêm o leitor literalmente à deriva, uma vez que não conseguimos prever o rumo que a história vai ter. Por mais teorias que formemos todas estão condenadas ao fracasso. Nem mesmo o facto de termos lido alguma obra de Yrsa, não nos dá vantagem na descoberta do rumo que a história leva, bem pelo contrário.


A história é contada com recurso a flashbacks, ora estamos com Thóra a investigar, ora vivemos a turbulenta viagem dos 7 passageiros com AEgir.

A autora consegue assim manipular a percepção do leitor. Efeito muito bem conseguido.


Das personagens, gostei muito de Bella, o episódio da fotocopiadora e o da ligação à internet arrancaram-me alguns sorrisos.


Se me pedissem para definir o livro numa só palavra escolheria a palavra "suspense". 


Nas muitas teorias que formulei durante a leitura, sendo sincero, nenhuma delas se mostrou sequer perto da solução que no final nos foi revelada.  O que para mim enriquece em muito a história. 


Não me agrada conseguir antecipar desde logo o final. Gosto do jogo que um livro providencia, o desafio!, a tentativa de desvendar, com os escassos indícios e pistas, o desfecho. E no fim, gosto de ser surpreendido. É como num truque de magia, durante o qual tentamos descobrir o truque, mas se o logramos, perde todo seu encanto.



Gostei, e recomendo.

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