Opinião: Destroçada de Karin Slaughter


«Com um ritmo intenso e fascinante, Broken é Karin Slaughter no seu melhor. Eis uma inesquecível história com emoções fortes, premissas perigosas, o intrincado e mortal jogo da traição, e a determinação de um homem em expor as mais dolorosas verdades do ser humano, por mais ocultas que sejam... Por mais devastadoras que possam ser.»


 



Quando o agente especial Will Trent chega ao condado de Grant, depara-se com uma esquadra determinada a proteger as inúmeras questões sem resposta, acerca da morte de um detido. Não percebe por que motivo a detetive Lena Adams lhe oculta segredos; não compreende o seu papel na morte do popular chefe da polícia do condado de Grant; também não entende por que motivo a viúva desse homem, a doutora Sara Linton, precisa dele mais do que nunca, para a ajudar a deslindar esse caso.

Enquanto a polícia investiga o homicídio de uma mulher jovem encontrada num lago gelado, Trent investiga a própria polícia, pressionando Adams precisamente quando ela está prestes a ceder. Encurralado entre duas mulheres complexas e determinadas, e tentando compreender a desconfiança passional de Linton por Adams, os factos que rodearam a morte do chefe Tolliver, bem como as complexidades dessa cidade insular, Trent vai encarar um caso pejado de segredos explosivos e deparar-se com uma linha muito ténue que, a ser pisada, poderia ser fatal.
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Sara Linton, relutante, regressa a casa dos pais, onde a sombra da morte do seu marido ainda está bem presente. 


Quando é chamada à esquadra, onde o marido trabalhou, para ver um antigo paciente depara-se com o seu aparente suicídio. Num turbilhão de emoções e na possibilidade da detective Lena Adams, pessoa que culpa pela morte do marido, ter responsabilidades neste suicídio, Sara,  solicita a ajuda do GBI (Georgia Bureau of Investigation Atlanta), que por sua vez envia Will Trent.
  

No meio de vários episódios inusitados, Will tem que lidar com a resistência da esquadra em colaborar, tem que gerir uma detetive pouco cooperante que esconde algo e uma amiga
emocionalmente envolvida. 



Will é conhecido pela conduta ética irrepreensível, como irá ele gerir estas situações? E como conseguirá gerir os seus próprios sentimentos?



Destroçada  é o 4º livro da série #Will Trent, uma série viciante cuja personagem principal, Will Trent, é um detective disléxico! Esta premissa é por si só um argumento de peso que convida à leitura.


Uma vez mais, Karin Slaughter traz-nos uma história com elevada qualidade, dando um claro ênfase ao lado emocional das personagens. Apesar de os crimes serem resolvidos no final, a autora opta por aproveitar o livro para focar e aprofundar as suas personagens. Para quem é fã desta série é de facto fascinante poder contextualizar e conhecer melhor estas personagens.


Adorei o livro. Corrupção, vingança, manipulação são temas presentes no livro.


As personagens ...


Will Trent, é orfão e disléxico, facto que ajuda a criar uma instantânea empatia com o leitor. Teve uma infância marcadamente complicada e que o limita e define enquanto homem. As diversidades com que se confronta no seu dia a dia e a sua capacidade para as contornar diligentemente traz a cada livro um laivo de humanidade e fragilidade.


Gosto das encruzilhadas a que é exposto, gosto da sua determinação. Mas principalmente gosto da gestão que a personagem faz das suas limitações e a dependência, apesar de muitas vezes tóxica, que tem de Angie Polaski, actualmente sua mulher.


Sara Linton, pediatra, é aquela personagem por quem torcemos desde o início. Aquele nosso lado romântico que nos impele a entrar no livro, qual cupido, e empurrar Will na direcção de Sara. Mas Sara personifica a perspectiva profissional, é a responsável pelo rigor técnico, dai a minha "surpresa" em a autora explorar e levar ao limite a vertente emocional desta personagem. Mas gostei do trabalho envolvido neste propósito.


Por vezes dou por mim a pensar no que será que me cativa tanto nos livros de Karin Slaughter que marque a diferença quando comparados com os livros de outros autores...

Primeiro será porque são livros muito bem escritos, coerentes e consistentes com os trabalhos anteriores da autora. Para mim Slaugher é sinónimo e garantia de um bom livro. 


Depois, quando leio um livro, gosto de sentir que o autor assume cada novo trabalho como um desafio, gosto que o autor não se acomode, e sinto essa irreverência e obstinação na escrita de Karin. 

Sinto, por mais que possa parecer estranho, que a autora cuida do seu leitor, mima-o oferece-lhe uma série de sensações e não um livro vazio de emoções. Falo em mais do que boa escrita, falo em mais que personagens tridimensionais ou uso diligente dos mecanismos da escrita. Falo sobretudo de uma escrita que se destaca pelo que oferece e que sobressai no que de melhor se faz em ficção dentro deste género literário.


Mais uma vez, uma excelente obra de Karin Slaughter que recomendo.








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