Opinião: Ao Fechar a Porta de B. A. Paris


 

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.

 

Quem não conhece um casal como Jack e Grace? Ele é atraente e rico. Ela é encantadora e elegante.

Ele é um hábil advogado que nunca perdeu um caso. Ela orienta de forma esmerada a casa onde vivem, e é muito dedicada à irmã com deficiência. Jack e Grace têm tudo para serem um casal feliz. Por mais que alguém resista, é impossível não se sentir atraído por eles.

A paz e o conforto que a sua casa proporciona e os jantares requintados que oferecem encantam os amigos. Mas não é fácil estabelecer uma relação próxima com Grace... Ela e Jack são inseparáveis. Para uns, o amor entre eles é verdadeiro. Outros estranham Grace.

Por que razão não atende o telefone e não sai à rua sozinha? Como pode ser tão magra, sendo tão talentosa na cozinha? Por que motivo as janelas dos quartos têm grades? Será aquele um casamento perfeito, ou tudo não passará de uma perfeita mentira?

Ao Fechar a Porta é um thriller brilhante e perturbador, profundamente arrebatador, que se tornou num autêntico fenómeno literário internacional com publicação em mais de 35 países. A não perder.
 


B.A. Paris apresenta-nos um thriller psicológico intenso.
Contrariando uma premissa antiga: a perfeição não existe! A autora começa por provocar o leitor com um retracto idílico de um casal modelo, onde a riqueza, a beleza, a felicidade e o afecto coabitam em harmonia perfeita e são objecto de inveja pelos seus pares.
Este é o ponto de partida para uma viagem que abre as portas da "intimidade" deste peculiar casal.
Jack, um advogado bem-sucedido e Grace, uma excelente dona de casa que abdicou de uma carreira em prol do marido e da sua irmã com deficiência, são estes os dois personagens que vão captar a sua atenção desde o início do livro.

Prepare-se porque o livro não o vai deixar descansado até ao final! (Sugestão: para lidar com as emoções compre uma barra de chocolate XXL :)  )

Os livros que mais gosto são os que me afectam, os que mexem comigo...aqueles que me arrancam um sorriso, ou me deixam tenso de indignação, ávido por virar a página... são os que despoletam uma reacção forte quer positiva quer negativa...
Há que ter um talento inato para uma mera mistura de tinta preta num papel claro conseguir afectar tanto o leitor!...
Não pude deixar de sentir - e sublinho a palavra sentir -, neste livro, a vulnerabilidade humana.

Não pude deixar de reflectir de como somos frágeis e dependentes. Como a aparente normalidade esconde, sobre o seu vasto manto, segredos sombrios.

Por vezes esquecemos que a imagem exterior que nos transmitem não passa disso: uma imagem! De algo construído, algo moldado segundo preceitos impostos pela sociedade ou por outrem que tem ascendente sobre nós.

Somos por natureza influenciáveis, sugestionáveis quer consciente ou inconscientemente. Somos acima de tudo seres que vivemos da interacção entre nós com as vantagens e desvantagens dessa realidade.
Um livro que nos convida, ou melhor, nos impele a olharmos com outros olhos para os modelos que tomamos como exemplo.

Gostei, tão perturbador e ainda assim não o consegui largar até o terminar!


 

 

 
 

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